domingo, 22 de outubro de 2006

Mediação Semiótica

"De repente,
O outro se apresenta para mim.
Não como o vejo,
Mas como intenta mostrar-se.
Busco novos detalhes, nuances
Para que possa, a partir do que sei,
Sabê-lo".
Jaqueline Ferraz
No início desse Blog, busquei situar o tema e conceituar a subjetividade que é imanente ao processo de educar. Não há como separar a aspecto subjetivo da relação de ensino-aprendizagem tendo em vista que o próprio conhecimento é interpretativo. Isso significa que na relação aprendente – objeto - ensinante há não só o aspecto cognitivo, mas pensamento, sentimento, motivação, valores, crenças, cultura, tanto de quem ensina quanto de quem, no momento, aprende.

Para refletir sobre essa concepção, convidei o grupo a assistir ao vídeo da profª Rosangela Abreu. Atentando ao vídeo, percebemos elementos presentes do ato educativo para além de um processo sistemático, palpável: enxergar o outro constituinte desse ato.

Qual desafio que essa abordagem traz para nós educadores e profissionais de EaD? Em que aspecto ela se manifesta em benefício da qualidade do processo?

Para André Green (2000) “é na imbricação dos mundos internos dos dois parceiros do par analítico que a intersubjetividade ganha substância - o que não implica uma simetria entre os protagonistas”.

Como não deixar que a falta de simetria no par educativo prejudique o processo avaliativo?

Para além da subjetividade, comum nas relações do homem com o mundo que o cerca, vamos caminhar para a intersubjetividade.

Segundo Merleau-Ponty (1996), em Fenomenologia da Percepção, “Se lido com um desconhecido que ainda não disse uma só palavra, posso acreditar que ele vive em um outro mundo no qual minhas ações e meus pensamentos não são dignos de figurar. Mas que ele diga uma palavra ou apenas faça um gesto de impaciência, e ele já deixa de me transcender: então é esta a sua voz, são estes os seus pensamentos, eis portanto o domínio que eu acreditava inacessível."

Para pensar sobre essa troca intencional no processo avaliativo em EAD, vamos refletir nesse Blog, sobre alguns dispositivos utilizados em avaliação. Para começar vamos falar sobre rubricas.

Mas antes, realize as leituras sugeridas, busque outras, poste suas considerações, pense na sua prática educativa.
Links:
A produção de subjetividade no processo de avaliação
A construção subjetiva da intersubjetividade
Figuras da intersubjetividade na constituição subjetiva: dimensões da alteridade

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi Jaque ...

Lendo um dos textos, pude refletir:

Não existe uma forma de avaliação adequada. A escolha dos tipos de instrumentos que serão utilizados na avaliação é fundamental para o bom resultado do processo de avaliação, bem como sua confiabilidade. É necessário escolher instrumentos adequados e adaptados à proposta pedagógica.
É preciso repensar no sistema de avaliação de modo a considerar o ritmo de cada aluno, identificando as diversidades culturais, dando possibilidade para que os objetivos sejam alcançados de forma plena.
Mas, com o que nos deparamos muitas vezes é com professores que não estão preparados para essa tarefa, por que venhamos ... avaliar não é facil.
É preciso entender que o que se busca hoje é uma avaliação qualitativa que visa a formação integral do aluno cidadão. É importante que o professor se conscientize que avaliar é mais um desafio que pretende-se vencer de forma processual e dinâmica, tendo a capacidade de mudar os instrumentos avaliativos, proporcionando aos alunos prazer em aprender e a construir novos conhecimentos.

Abraços